31.5.13

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a vó rosa!

De via ter uns quatro ou cinco anos.

Ela era bem esperta, parecia leve, tinha cabelos grisalhos a branco, quando a conheci
Liso, fino. Pouca abaixo dos ombros
recordo do pátio as galinhas. alguns gatos
escada de madeira, clara, limpa.
Usava um vestido com flores miúdas, a casa a esquerda e uma arvore mais a direita
Um pátio bem varrido, mais a trás havia a lavoura e tinha um corredorzinho, uma trilha dentro da lavoura  que nos levava a um olho d’água depois da rua
Uma rua asfaltada que passava caminhões, era uma rua principal, avenida são bento, havia dois caminhos para chegar a te a casa dela, um era esse, mas oferecia perigo,os caminhões  andavam em alta velocidade. Havia um silo, passava o trem  há uns 3 km. A samrig (sociedade anônima de moinhos riograndense).
A outra a mais usada, era de terra, após umas  5 quadras  chegava em um campinho, algumas vacas e tal, a 300 mts  uma sanga, riacho pequeno, córrego, tinha uma ponte de madeira, enfim, gostava quando  estava perto e passava um carro, ou camionetas , isso é mais ou menos 1967... eu achava power!
Então andávamos e logo tinha uma subida, e quando chovia abria valetas com a erosão, eu e meu irmão Paulo gostavamos de brincar. Nossa mãe não deixava entrar quando tinha água nas valetas com buracos maiores, eram realmente fundos
Subia a quilo brincando, La encima a vila floresta, nossa mãe conversava com as conhecidas, às vezes com a mãe, ia alguma vizinha, ou alguma tia. ou so nos mesmo brincando no caminho.

Portão de madeira, não me lembro de flores, mas de arvores de laranja, cinamomo,
Na lavoura pés de milho, mandioca, e mais alguma coisa, não lembro de horta,  lembro dela subindo as escadas de madeira   com algumas laranja, depois ela descascava , havia uma mesa de madeira, não tão grande, ela pegava um prato aloçado,  cortava em pedaços , desbastando  deforma que ficavam  não gomos grudados  mas pedaços de  laranja, nacos, colocava açúcar, comiamos garfando os nacos,que boa recordação, e as laranjas  eram  de  casa, quer dizer: era bom!


As vezes ela fazia café de  brasa, nessa época o fogão era a lenha, acho ate que o  fogão a gás ainda não existia não sei.  Sei que ela colocava  açúcar em um bule com brasa e colocava  água ou leite,
Ela era um pouco quieta, de porte pequeno, já meu avo, era magro alto, conheci ele bem pouco, ele morreu antes que avo Rosa, não sei direito,  em foto  eu via eles com mais facilidade, eu não recordo direito para mim eles foram mas não voltaram, por que não os vi em seu velório não existe  isso na minha cabeça, existe eles, não um fim, eles saíram de sena, acho que por eu ser muito criança  eles acharam melhor fazer como fizeram.  Estava tudo bem, de repente... 
Lembro que houve uma movimentação, era tipo sete dias.

Por mais que convivi pouco com ela, à maneira dela ser, simples, me parece, recordando, que ela era de bom coraçao, às vezes cheiro de palheiro,



Eu tenho uma  recordação da minha avo chegando perto de mim, é difícil escrever, a imagem de cabelos brancos  soltos, um cheiro suave, seu rosto se aproxima do meu como se tivesse dando um abraço ou pegando no colo e a imagem  dilui, dissipa, o clima é bom  sem  tristeza, sem  alegria, apenas  é assim.

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