
as crianças do parque 129
elas se empurram na balança
elas gritam quando começam a rir
elas fazem suas brincadeiras no patio. nos finais de tarde de sábado
elas brincam na ladeira da independência bairro glória
elas nao sabem que o tempo
vai passar, nao importa agora.
so o que importa é estar presente
e o presente é tua vida
o teu tempo por aqui
como o vento que toca nos cabelos brancos
finos e ralos, ficamos a olhar e é so
a presenciar as coisas, e a ver e rever
todos os dia; depois que crescemos, foi mais dificil

o banho frio a te fazer rever certos conceitos
elas estao juntas sempre, dentro da minha vida, dos meus albuns de fotografia as recordaçoes que me fazem rir enquanto olho para fora do onibus e revejo no reflexo minha imagem
eu fiz parte das crianças da rua independencia em 60
tinha guabiroba, tinha pitanga no mato, um pequeno riacho de aguas limpas dividindo os mundos
o mundo estava ali nas tarde de qualquer dia quente ou frio, e era bom.
nao precisávamos mais do que aquele fim de rua, mas a rua diz independência. e ao partirem, virao que fora dali as pessoas nao sao vizinhos, os amores nao foram verdadeiros, uma porta de saida que vc nao passa de volta. os dias todos os dias eu vi passar, e quando vi passaram, tinha tudo ali, tinha amor.
as crianças da 129, estao bem!
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