29.6.14

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as crianças do parque 129
elas se empurram na balança
elas gritam quando  começam a rir
elas fazem suas brincadeiras no patio. nos finais de tarde de sábado
elas  brincam  na ladeira da independência bairro glória
elas nao sabem que o tempo
vai passar, nao importa  agora.
so o que importa é estar presente
e o presente é tua vida
o teu tempo por aqui
como o vento que toca nos cabelos brancos
finos e ralos, ficamos a olhar e é so
a presenciar as coisas, e a ver e rever
todos os dia; depois que crescemos, foi mais  dificil
foi diferente  e passou bem ate chegar a noite e nao ter luz no bairro 
o banho frio a te fazer  rever certos conceitos
elas estao juntas sempre, dentro da minha vida, dos meus albuns  de  fotografia as recordaçoes que  me fazem  rir enquanto olho para fora do onibus e  revejo no reflexo  minha imagem
eu  fiz parte das crianças da rua  independencia  em 60
tinha guabiroba, tinha pitanga no mato, um pequeno riacho de aguas limpas  dividindo os mundos
o mundo estava  ali nas tarde de qualquer dia quente ou frio, e era  bom.
nao precisávamos mais do que  aquele fim de rua, mas a rua diz independência. e ao partirem, virao que fora dali as pessoas nao sao vizinhos, os amores nao foram verdadeiros, uma porta de saida que vc nao passa de volta. os dias todos  os dias eu vi passar, e  quando vi  passaram, tinha tudo ali, tinha  amor.  

as crianças da 129, estao bem!


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