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O Pós-impressionismo e o simbolismo
1. Introdução
Como o nome já menciona, o Pós-lmpressionismo foi a expressão utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do Impressionismo, por volta de 1885, marcando também o início do Cubismo, já no início do século XX. A maioria de seus artistas iniciou-se como Impressionista, partindo daí para diversas tendências distintas.
Sentindo-se limitados e insatisfeitos pelo estilo Impressionista, alguns jovens artistas queriam ir mais além, ultrapassar a Revolução de Manet. Aí se encontra a génese do novo movimento, que não buscava destruir os valores do grande mestre, e sim aprimorá-los.
2. Pintura
Na pintura, o mais velho dos Pós-lmpressionistas foi Paul Cézanne (1839-1906), com obras fortemente estruturadas, utilizando formas geométricas bastante simples, desrespeitando a natureza e a realidade.
Especializando-se em fazer "naturezas-mortas, Cézanne buscou trazer à vista o que é permanente, estando aquém do que pode ser acidental. Entre suas obras destacam-se Fruteira, Copo e Maçãs, no qual a preocupação com o "sólido e durável" era sua temática.
Um dos "pós-impressionistas" mais famosos é sem dúvida Vincent willem van Gogh (1853-1890), que dentro do Impressionismo não tinha liberação artística suficiente para melhor exprimir suas emoções. Durante sua juventude foi pregador religioso, tornando-se pintor por volta dos trinta anos. Sua vida com a pintura foi dividida em 4 fases: iniciando na Holanda, seus quadros possuíam os contrastes de claro-escuro; em Paris, como Impressionista, suas angústias manifestavam-se em suas obras; em Aries, ao sul da França, conseguiu libertar-se do Naturalismo, transformando o estilo em um colorido abstrato; e, após várias crises nervosas, transferiu-se para Anvers, uma cidade tranquila ao norte da França, onde em três meses conseguiu pintar cerca de oitenta quadros, destacando-se dentre eles Trigal com Corvos.
O Simbolismo e os Nabis
Insatisfeito por considerar que o pensamento da civilização ocidental estava "fora dos eixos" e que a sociedade moderna transportava os homens a uma vida incompleta, dedicada ao materialismo, Paul Gauguin trocou a Europa por uma ensolarada ilha do Pacífico Sul, o Taiti. Aí está sua fase mais criativa, em que pintou seus mais célebres quadros, como Jovens Taitianas com Flores de Manga, Fatata te Miti, entre outros. Gauguin queria uma renovação na arte ocidental e conclamava seus amigos simbolistas a abandonar a tradição clássica para uma volta ao "Primitivismo".
Suas ideias juntam-se às dos pré-rafaelistas, realistas e simbolistas dando origem a um grupo " ", conhecidos como Nabis, que em hebraico significa profeta; era a verdadeira continuação de Gauguin, pois colocava a visão interior acima da Natureza, valorizando a descoberta de um motivo em si, por si, comosendo a essência da arte. Nesse movimento, destacou-se um artista estranho e solitário chamado ustave Moreau (1826-1898), que possuía como tema preferido a história de Salomé e João Batista.
São também importantes nomes dentre os Nabis, Odilon Redon; Aubrey Beardsley; e Henri Toulouse-Lautrec (1864-1901), que é considerado um Nabi transfigurado, como também o primeiro dos fauvistas e, para alguns autores, um dos precursores do Expressionismo.
3. Escultura
Os escultores ainda estavam sob a influência de Rodin, mas alguns já podiam seguir os seus próprios passos, como Aristide Mailiol (1861-1944), que começou como pintor simbolista e. embora não compartilhasse da atitude anti-clássica de Gauguins para muitos autores pode ser chamado de um "primitivista clássico". Uma de suas obras, Mulher Sentada, representa a antítese de O Pensador, de Rodin. Outros nomes que se destacam na escultura pós-impressionista são George Minne e Emest Barlach, que foi considerado como "primitivista gótico".
4. Arquitetura
A arquitetura não foi uma manifestação artística muito desenvolvida no pós-impressionismo. Podemos dizer que somente após o término da Primeira Guerra Mundial a influência do expressionismo manifestou-se na arquitetura, antes de os edifícios e construções se tornarem simples e com um grau de funcionalidade de acordo com o novo estilo moderno da época. Dentre as realizações, destaca-se a Torre Einstein, em Potsdam, obra de Erich Mendelsohn.
O Expressionismo
1. Expressionismo
Em reação ao Impressionismo, surgiu na Alemanha um movimento de um grupo denominado "Die Brucke", que significa "A Ponte", mais conhecido como Expressionismo, que tinha por finalidade desenvolver uma pintura dramática, patética, angustiante e com sensações.
São características da pintura expressionista o uso da deformação visual, chegando até mesmo à caricatura: o pintor recusa o aprendizado técnico, pintando conforme as exigências de sua sensibilidade. O artista não vive apenas o drama humano, mas também o da sociedade, criticando a exploração do homem pelo homem, tendo sua origem em raízes geográficas e raciais.
O movimento expressionista teve em van Gogh seu grande inspirador, seguindo-se o belga James Ensor (1860-1949), e Edward Munch que possuía uma visão pessimista da figura humana, chegando a uma obsessividade, como mostra sua obra O Grito. Essa linha da pintura teve também extraordinários expoentes, tais como Christian Krog e Ernest L. Kirchner (1880-1938), sendo este último participante original do "Die Brucke".
Cubismo
1. Introdução
Definitivamente, no século XX todas as coisas mudaram mais rapidamente do que em qualquer época da história da humanidade. Essas mudanças também são sentidas e refletidas na arte. A quantidade de mudanças durante esse nosso século, incluindo novos experimentos na pintura, escultura e arquitetura, é enorme. O mundo se transforma, estando em constante movimento.
2. A origem do Cubismo
Em um momento decisivo para a Arte, o Cubismo surgiu logo no inicio deste século como uma resposta ao Fauvismo, tendo em Cézanne seu inspirador. No final de seu período, o artista achava que a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Esta regra foi seguida no estilo da pintura criada por Picasso e Braque, que se caracterizou pelo abandono da representação de apenas um ângulo do tema, sendo este trocado pela combinação de numerosos ângulos sobrepostos, que comumente têm a forma cubóide ou geométrica. A obra de arte é considerada um fato plástico, livre da limitação direta das formas naturais, propondo transformar sua visão com a ajuda de formas geométricas.
O nome Cubismo também veio de Louix Vauxcelles, o mesmo que deu a denominação "fauves", sendo logo aceita por todos, principalmente pelos seus dois expoentes: Pablo Picasso (1881-1974) e Georges Braque (1882-1963).
O Cubismo se subdivide em três fases: cezaneano, analítico e sintético.
O cubismo cezaneano é dominado pela vontade de estruturar a obra mediante a decomposição geométrica, com uma poderosa sensação de volume, peso e espaço, com o fundo de cor abstraia, tendo sempre a presença do cinza em seus tons.
Outra fase é o cubismo analítico, que tem corno base a decomposição minuciosa dos objetos, quebrando-os em múltiplas faces, com uma pobreza de cores (tons cinza e marrom). Nessa fase, destacamos a obra de Picasso, As Senhoritas de Avinhão. Segundo consta, quando Braque viu a obra ficou atónito e insatisfeito com seus próprios experimentos, pintando Casas do Estaque, no qual a luz vem de vários pontos.
Por fim, a última fase é o cubismo sintético, no qual há uma lenta diminuição da decomposição da forma, estabelecendo um leve dualismo entre a figura e o fundo, sendo essa fase também conhecida como colagem, porque se introduziram letras, palavras, números, pedaços de madeiras e até objetos no quadro, tudo isso explicado como uma forma de o artista ultrapassar os limites da visualidade. Um dos grandes expoentes dessa fase foi Juan Gris (1887-1927), que combinava composição e espaço pictórico, e Fernand Lenger (1881-1955).
Com certeza, a mais famosa obra cubista é Guernica, de Picasso, pintada em 1937, em um painel de 3,50 x 7,82 metros, após o bombardeio feito pelas tropas nazistas à pequena cidade homônima, durante a Guerra Civil Espanhola.
O Cubismo fez grandes inovações nas artes ao introduzir materiais à pintura, dando um maior destaque à textura.
3. Outras manifestações
Abstração
O termo "abstração" é geralmente utilizado como significado do processo e/ou resultado da análise da realidade. Seria algo assim: se temos seis latas e extraímos o número seis, ficaremos com "um número abstraio", já que esse número não se refere a coisas específicas; por outro lado, só as latas também irá ser uma abstração, desde que não se tome as suas diferenças.
Outra característica forte do Abstracionismo é a não-existência imediata entre suas formas e cores, sendo por isso que um quadro abstracionista não condiz com a realidade.
Tal como o Cubismo, o Abstracionismo também tem suas subdivisões, como o Abstracionismo Informal com o domínio dos sentimentos e emoções, e onde as formas e cores denotam figuras da natureza; e o Abstracionismo Geométrico, no qual as formas e cores devem estar montadas sob uma concepção geométrica.
Dentro do Abstracionismo destacamos Piet Mondrian (1872-1974) e o iniciador da pintura abstrata, Wassily Kandinsky (1866-1944), com sua tela A Batalha.
Arte Fantástica o Nostalgia
Com uma evolução não tão forte como o Futurismo, a Abstração e o chamado "Zaum", os pintores do Fantástico tinham em comum a crença de que a imaginação e o interior eram mais importantes do que o mundo externo, sendo esta imaginação privada, com imagens próprias do íntimo do artista. Nessa nova concepção artística, inclui-se o legado do Romantismo. Os principais pintores dessa linha artística são Giorgio de Chirico (1888-3978) e o nostálgico Marc Chagall (1887-1985), um judeu russo com fortes influências do Cubismo.
Muitos autores consideram o Fantástico como precursor do Dadaísmo e. Principalmente do surrealismo
4. Arquitetura
Desde o século XVIIÍ que a arquitetura estava ligada à pintura e à escultura e dominada por uma constante ida e vinda de "estilos de revivência e ressurgimento"; pouco a pouco, a arquitetura vai tomando rumos próprios, principalmente com os novos materiais advindos da indústria, como o ferro, vidro, cimento, concreto e alumínio.
5. Escultura
A escultura do início do século XX ainda estava relacionada à pintura e vice-versa.
Cubismo
A escultura cubista não teve grandes obras, desenvolvendo-se mais na pintura, pois seu sentido tri ou bidimensional já dava uma aparência escultural ao quadro.
Abstracionismo
Saído diretamente da escultura cubista, a abstracionista também usava recursos da colagem cubista, utilizando-se de metal, vidro e madeira. Essas obras abs-tratas foram base para uma derivação do Cubismo, denominado "Construtivis-mo". O movimento teve a participação de famosos escultores, tais como Antoine Pevsner (1886-1962) e Naum Gabo (1890-1977). Tais artistas chamavam suas obras de "construções", ao invés de chamá-las de esculturas.
Durante a Primeira Guerra Mundial, vários artistas se refugiaram em Zurique, na Suíça, que havia-se tornado um centro de refugiados. Os intelectuais reuniam-se para várias discussões, em um lugar chamado "Cabaret Voltaire".
0 precursor do Dadaísmo foi Mareei Duchamp (1887-1968), que já havia exposto em 1913, no Armory Show, de Nova York, com seu quadro denominado Nu Descendo as Escadas.
2. A arte ao acaso
A origem do termo associa-se ao artista plástico húngaro Tristan Tzara que,abrindo o dicionário, colocou ao acaso o seu dedo sobre a palavra "dada", que nao a linguagem infantil francesa significa o diminutivo de "cavalo". A palavra não tem nenhuma importância, podendo ser qualquer outra, pois para ele e seus amigos a arte perdera todo o sentido; o acaso teria mais sentido nessa sociedade decadente.
Junto com o poeta húngaro estava o pintor Hans Arp (1887-1966), que fazia obras "ao acaso"e depois ajustava-as para que se pudesse obter a configuração "natural".
Neste mesmo tempo, em Nova York, Duchamp, Man Ray e Francis Picabia faziam"dadas" na cidade norte-americana.final da guerra, em Lausanne, Suíça, é que os dois grupos se juntam e fazem um manifesto e uma revista. Dispondo-se a destruir loch .
Com arte institucionalizada, os artistas "dadas" recolhiam qualquer objeto para ser ex-posto; uma vez, Duchamp expôs um urinol como uma peça de escultura, dando-lhe o nome de Fonte.
A O pintor e poeta Kurt Schwitters também fez colagens às quais chamou de "Merz" e, posteriormente, escolheu tal palavra como sua marca registrada. Merz estendeu-se da pintura por colagens à música e poesia, até à arquitetura com salas inteiras cobertas por objetos ao acaso.
O Dada conseguiu provocar escândalo e, de maneira positiva, mudou a con-cepção de arte, forçando o observador a mudar sua postura, criticando a ordem estabelecida. Em 1922, o poeta e escritor dada, André Breton (1896-1966), passou a liderar um novo movimento que acabou por contar com a adesão de muitos artistas dadas: o Surrealismo
Surrealismo
1. Introdução
A palavra surrealismo foi utilizada pela primeira vez como subtítulo a um drama de Guillaume Apollinaire, intitulado Les Mameles de Tiresias, de 1917. O artista, em uma busca constante de reavivar e revelar os dados do inconsciente, ten-ou fundir o consciente conhecido e desconhecido com o inconsciente.
Em 1924, Breton redigiu um manifesto surrealista com a intenção de estimu-ar a imaginação e o entusiasmo dos artistas da época.
Algumas das obras surrealistas representam um excesso de realidade, porém esta característica associa-se a elementos inexistentes, recriados ou transformados a natureza, montando um conjunto irreal.
2. As correntes do Surrealismo.
O Surrealismo está subdividido em três correntes distintas: arte visionária, que buscava a libertação da natureza, dando à realidade uma visão irracional, ncontrando-se nesta corrente o pintor Paollo Uccello; arte primitiva, que se constitui numa corrente de menor importância; e, por fim, a arte psicopatológiea, que tem uma ligação forte com o inconsciente freudiano, aceitando o humor corno a cara do desespero humano. Entre os artistas do surrealismo destacam-se o alemão Max Ernst (1891-1976) Joan Miro (1893-1983), que deram início ao chamado estilo da "abstração bio-nórfica"; o belga René Magritte; e o mais destacado de todos, Salvador Dali, com obras como A Persistência da Memória, criando o conceito de "paranóia crí-ica" como recusa à lógica.
Alguns autores citam o desenvolvimento de duas tendências dentro do surrea-ao invés de três correntes; essas tendências seriam a "figurativa" e a ,"abstrata", com Miro e Ernst na última, e Dali e Chagall na primeira
3. Escultura
Tanto o Surrealismo quanto o Dadaísmo não desenvolveram grandes obras nesta manifestação artística; os dadaístas não podiam ser considerados escultores, já que qualquer objeto que fosse achado por eles se transformaria em escultura e seria exposto como uma obra de arte.
No Surrealismo, o uso de madeira e metal foi difundido, mas com poucos artistas de grande expressão.
enc. conhecer abril
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