28.11.10

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LATIM

latim s. m. Língua dos romanos da antiguidade, pertencente à família das línguas indo-europeias. (V. encícl.) | (fig.) Coisa de dícil compreensão. //   Latim bárbaro, v. Baixo-latim.   //   Latim cristão,
V. BAIXO-LATIM.
— Encícl. Juntamente com o osco, o úmbrío e os dialetos sabélicos, o latim pertence ao ramo itá­lico, do grupo ítalo-celta, do tronco indo-europeu. Língua falada na região do Lácio, na Itália, sua existência está documentada desde o séc.VII  a.C. Seu domínio, a princípio, limitava-se ao N pelo Tibre, a E pelos Apeninos, ao S pela região montanhosa dos volseos e a W pelo mar. Com o tempo, aí se ergueria Roma, que seria o centro linguístico mais importante do domínio. Com as conquistas romanas, A esfera de influência do latim cresceu consideràvelmente, já que se radicava como língua comum a todas as populações romãnizadas. Assim, o latim estendeu-se da península itálica para a Sicília, Sardenha, Córsega, norte da África, península Ibérica, Gália, Récía, Dácia. Enquanto durou a unidade política do Império, a língua resistiu a qualquer diferenciação. Desapareci­da essa unidade, porém, o latim evoluiu em formas divergentes, segundo a região em que era falado. Dessa fragmentação resultaram línguas indepen­dentes com caracteres específicos, chamadas lín­guas românicas, romances (ou romanços) ou neolatinas ou novilatinas.
A língua latina teve duas modalidades: o latim clássico, usado na literatura e entre as classes cultas, baseado no falar romano e perfeitamente fixado pelos gramáticos, e o latim vulgar, usado pelo povo e nos escritos sem feição literária. Foi a língua que serviu de base à diferenciação românica e caracterizava-se pela redução, com o tempo, do sistema de flexões, emprego de termos populares e criações analógicas, alteração das regras e con­venções da sintaxe, tendência para o emprego da ordem díreta, aparecimento de alterações e re­duções fonéticas. O Appcndix Probi (Apêndice à gramática de Probo), de um gramático anónimo do séc. III ou IV, registra essas tendências da língua popular e é um dos documentos mais valiosos para o estudo das línguas românicas. O período áureo do latim, com norma linguística definida, firme disciplina gramatical e literatura rica e expressiva, estende-se do séc. II a.C. ao séc. I d.C. E o período clássico, época em que se estabeleceu uma distinção entre o latim clássico e o latim vulgar. A literatura começa, com as obras de Lívio Andronico, Névio, Plauto e Enio (séc. III - II a.C). A intromissão do latim vulgar, em franca evolução, na língua literária provoca sua decadência, que se caracteriza por desagregação da norma e da disci­plina gramatical. É o período do latim, imperial, que vai do séc. II ao sec.III d.C. A partir do séc. IV, o latim imperial tardio domina a língua lite­rária. Caracteriza-se pela desfiguração da antiga norma e disciplina gramatical e sensível diferen­ciação dialetal na România (conjunto das regiões do Império em que era falado o latim.). Com o tempo, as línguas românicas consolidaram-se e o latim saiu de uso, só sendo empregado desde cntào como língua especial literária e científica até o séc. XVIII  e, até a época atual, em partes da liturgia da Igreja católica romana.

Grande Enciclopédia  Delta Larousse
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