28.11.10

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FORMIGAS

Infestação de formigas vem crescendo a cada ano
•   Existem 20 mil espécies no mundo, mas só metade é catalogada.
O Brasil tem 2 mii espécies. De 20 a 30 são urbanas.
Estudo em hospitais mostrou que 16,5% das formigas carregavam bactérias patogênicas.

Pesadelo com antenas
Com é início do verão, aumenta a quantidade de formigas, consideradas pelos especialistas a maior praga urbana do momento.
Elas parecem inofensivas e costumam circular livremente até que alguém note sua presença. Seu alvo preferencial são os restos de comida deixados na co­zinha, mas fazem esconderijo em qual­quer lugar, até dentro do computador. De acordo com biólogos, as formigas são a mais numerosa praga urbana do momen­to, superando ratos, baratas, pernilongos e moscas. E de inofensivo elas pouco têm: além de causar danos aos aparelhos eletrônicos, são apontadas como vetores de contaminação de doenças quando fazem suas colónias em hospitais. "As formigas são a praqa do século 21", afirma, car­regando nas tintas, Daniel Schor Genes, diretor da maior empresa de desinseti-zação de Recife. Nos últimos anos, os pedidos de combate a formigas em residên-
cias quase duplicaram no país. Com a chegada do verão, estação propícia à re­produção do inseto, o problema ganha contornos ainda mais dramáticos.
Conforme os especialistas, a rápida urbanização pela qual passou o país, a crescente destruição das áreas verdes e o acúmulo de equipamentos eletrô-nicos nas casas fizeram com que surgis­sem ambientes ideais para o inseto. "Eles encontram nesses locais o abrigo e o ca­lor de que precisam para construir seus ninhos", diz Genes. Algumas espécies de formigas, como a lava-pés, sentem atração por campos elétricos e por is­so constróem suas colónias em cabines de aita-tensão e semáforos, provocan­do transtornos ao trânsito. Outras, como as carpinteiras, preferem alojar-se em
computadores e aparelhos de som. Lá dentro, elas fazem o estrago; além de elevar a umidade local, liberam ácido fórmico, secreção que danifica as placas e os circuitos dos aparelhos.
A pedagoga gaúcha Nelnie Lorenzoni sente na pele o que é dividir o mesmo teto com as minúsculas invasoras. "Já encontrei ninhos no banheiro, na cozi­nha e no computador da minha filha", diz. "Estou tão acostumada com a situa­ção que elas já são consideradas animais domésticos." O mesmo drama é vivido por Marilene Gomes dos Santos, mo­radora da Asa Norte de Brasília. "Ten­tei de tudo, de produtos químicos a sim­patias, como espalhar pó de café ou cas­ca de limão mofado perto dos formiguei­ros. A dedetização até que acabou com
elas, mas só por algum tempo. Depois, voltaram." O problema das formigas é que não é simples dizimá-las. "Todos os processos de desinsetizaçáo, seja com uso de aerossol, seja de pó, são palia­tivos e podem até espalhar as colónias", adverte o biólogo Odair Corrêa Rueno, pesquisador do Centro de Estudos de In-setos Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A melhor maneira de se ver livre delas é destruir o ninho jo­gando água quente ou detergente. Ca­so não seja possível localizá-lo, uma saí­da é acabar com focos de sujeira e ali­mentos mal acondicionados. Sem comi­da, elas vão embora.
Se nas residências a ação dos inse-tos pode resultar em dor de cabeça e em algum prejuízo no bolso, nos hos­pitais a presença, deles é especialmen­te grave. Especialistas acreditam que a existência de formigas nesses ambien­tes está relacionada à elevação dos ín­dices de infecção. "Levantamento fei­to em 12 hospitais da capital paulista mostrou que Iodos tinham formigas em suas instalações", informa Ronaldo Facury Brasil, diretor técnico da PPV Con­trole Integrado de Pragas e Higienização. O temor é que esses insetos possam contaminar instrumentos cirúrgi­cos, alimentos e alas hospitalares.
"É difícil saber quanto elas contribuem para a infecção, já que há outros fatores envolvidos, mas, nos hospitais em
que fizemos controle, os níveis de infec­ção baixaram", afirma o entomólogo Harold Fowler,
da Unesp. As áreas de maior índice de infestação, conforme o levantamento realizado nos
 hospitais,são berçários e unidades de terapia in­tensiva. Esses locais são em geral aquecidos e os
pacientes têm pouca mobi­lidade. Além disso, o soro glicosado, co­mum nas UTTs, é forte atrativo
para as formigas. A chefe do serviço de enfer­magem do Hospital das Clínicas de Por­to Alegre,
Heloísa Hoefel, confirma  a  presença de formigas em sua unidade de serviço. "No verão, elas
entram por dentro das paredes. Nossa maior preo­cupação é com a limpeza. Quanto mais limpo estiver o ambiente, menor será a possibilidade de aparecer formiga ou qualquer outro inseto." Essa, sem dúvida, é a maneira mais eficaz de ficar
livre dos indesejados insetos.
Marcos de moura e Souza e correspondentes
Cuidados quando for contratar uma desinsetizadora
   Peça referências sobre a empresa
ao Procon ou a conhecidos.
   Exija o alvará de funcionamentoemitido pela Secretaria de Saúde.
» Desconfie de quem oferece serviços diferenciados, como tratamento
com produtos botânicos e a nti alérgicos.
* Peça sempre um orçamento"fechado", com preço, diagnósticoda situação e locais de aplicação.
Conheça qual inseticida será usado,principalmente se na casa houver
crianças ou pessoas alérgicas.
Fonte: Associação Paulista <fe Lontmlodores de Pragas Urbanos
Combatendo o inimigo
Saiba como manter as formigas longe de sua casa
E essencial mantera casa limpa e osrecipientes de comida
sempre bem fechados.
Se for detectadauma infestação,
não adianta matar as formigas que circulam fora do ninho - elas são só 30% do total.
Jogar água quentedentro do formigueiropode ser uma solução.
ínjete detergente ou vinagre em frestas, trincas e orifícios e tampe-os com sabão. Repita a operação a cada três dias.
Gergelim em folha pode ser eficaz: a planta contamina o alimento do inseto.
Se nada der certo, contrate o serviço de uma desinsetizadora
"Com o passar dos tempos,
As formigas  se especializaram em viver com os homens."
CORRÊA 8ENO, pesquisador da Unesp de Rio Claro





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