.. FORMIGAS Infestação de formigas vem crescendo a cada ano • Existem 20 mil espécies no mundo, mas só metade é catalogada. O Brasil tem 2 mii espécies. De 20 a 30 são urbanas. Estudo em hospitais mostrou que 16,5% das formigas carregavam bactérias patogênicas. Pesadelo com antenas Com é início do verão, aumenta a quantidade de formigas, consideradas pelos especialistas a maior praga urbana do momento. Elas parecem inofensivas e costumam circular livremente até que alguém note sua presença. Seu alvo preferencial são os restos de comida deixados na cozinha, mas fazem esconderijo em qualquer lugar, até dentro do computador. De acordo com biólogos, as formigas são a mais numerosa praga urbana do momento, superando ratos, baratas, pernilongos e moscas. E de inofensivo elas pouco têm: além de causar danos aos aparelhos eletrônicos, são apontadas como vetores de contaminação de doenças quando fazem suas colónias em hospitais. "As formigas são a praqa do século 21", afirma, carregando nas tintas, Daniel Schor Genes, diretor da maior empresa de desinseti-zação de Recife. Nos últimos anos, os pedidos de combate a formigas em residên- cias quase duplicaram no país. Com a chegada do verão, estação propícia à reprodução do inseto, o problema ganha contornos ainda mais dramáticos. Conforme os especialistas, a rápida urbanização pela qual passou o país, a crescente destruição das áreas verdes e o acúmulo de equipamentos eletrô-nicos nas casas fizeram com que surgissem ambientes ideais para o inseto. "Eles encontram nesses locais o abrigo e o calor de que precisam para construir seus ninhos", diz Genes. Algumas espécies de formigas, como a lava-pés, sentem atração por campos elétricos e por isso constróem suas colónias em cabines de aita-tensão e semáforos, provocando transtornos ao trânsito. Outras, como as carpinteiras, preferem alojar-se em computadores e aparelhos de som. Lá dentro, elas fazem o estrago; além de elevar a umidade local, liberam ácido fórmico, secreção que danifica as placas e os circuitos dos aparelhos. A pedagoga gaúcha Nelnie Lorenzoni sente na pele o que é dividir o mesmo teto com as minúsculas invasoras. "Já encontrei ninhos no banheiro, na cozinha e no computador da minha filha", diz. "Estou tão acostumada com a situação que elas já são consideradas animais domésticos." O mesmo drama é vivido por Marilene Gomes dos Santos, moradora da Asa Norte de Brasília. "Tentei de tudo, de produtos químicos a simpatias, como espalhar pó de café ou casca de limão mofado perto dos formigueiros. A dedetização até que acabou com elas, mas só por algum tempo. Depois, voltaram." O problema das formigas é que não é simples dizimá-las. "Todos os processos de desinsetizaçáo, seja com uso de aerossol, seja de pó, são paliativos e podem até espalhar as colónias", adverte o biólogo Odair Corrêa Rueno, pesquisador do Centro de Estudos de In-setos Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp). A melhor maneira de se ver livre delas é destruir o ninho jogando água quente ou detergente. Caso não seja possível localizá-lo, uma saída é acabar com focos de sujeira e alimentos mal acondicionados. Sem comida, elas vão embora. Se nas residências a ação dos inse-tos pode resultar em dor de cabeça e em algum prejuízo no bolso, nos hospitais a presença, deles é especialmente grave. Especialistas acreditam que a existência de formigas nesses ambientes está relacionada à elevação dos índices de infecção. "Levantamento feito em 12 hospitais da capital paulista mostrou que Iodos tinham formigas em suas instalações", informa Ronaldo Facury Brasil, diretor técnico da PPV Controle Integrado de Pragas e Higienização. O temor é que esses insetos possam contaminar instrumentos cirúrgicos, alimentos e alas hospitalares. "É difícil saber quanto elas contribuem para a infecção, já que há outros fatores envolvidos, mas, nos hospitais em que fizemos controle, os níveis de infecção baixaram", afirma o entomólogo Harold Fowler, da Unesp. As áreas de maior índice de infestação, conforme o levantamento realizado nos hospitais,são berçários e unidades de terapia intensiva. Esses locais são em geral aquecidos e os pacientes têm pouca mobilidade. Além disso, o soro glicosado, comum nas UTTs, é forte atrativo para as formigas. A chefe do serviço de enfermagem do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Heloísa Hoefel, confirma a presença de formigas em sua unidade de serviço. "No verão, elas entram por dentro das paredes. Nossa maior preocupação é com a limpeza. Quanto mais limpo estiver o ambiente, menor será a possibilidade de aparecer formiga ou qualquer outro inseto." Essa, sem dúvida, é a maneira mais eficaz de ficar livre dos indesejados insetos. Marcos de moura e Souza e correspondentes Cuidados quando for contratar uma desinsetizadora • Peça referências sobre a empresa ao Procon ou a conhecidos. • Exija o alvará de funcionamentoemitido pela Secretaria de Saúde. » Desconfie de quem oferece serviços diferenciados, como tratamento com produtos botânicos e a nti alérgicos. * Peça sempre um orçamento"fechado", com preço, diagnósticoda situação e locais de aplicação. • Conheça qual inseticida será usado,principalmente se na casa houver crianças ou pessoas alérgicas. Fonte: Associação Paulista <fe Lontmlodores de Pragas Urbanos Combatendo o inimigo Saiba como manter as formigas longe de sua casa E essencial mantera casa limpa e osrecipientes de comida sempre bem fechados. Se for detectadauma infestação, não adianta matar as formigas que circulam fora do ninho - elas são só 30% do total. Jogar água quentedentro do formigueiropode ser uma solução. ínjete detergente ou vinagre em frestas, trincas e orifícios e tampe-os com sabão. Repita a operação a cada três dias. Gergelim em folha pode ser eficaz: a planta contamina o alimento do inseto. Se nada der certo, contrate o serviço de uma desinsetizadora "Com o passar dos tempos, As formigas se especializaram em viver com os homens." CORRÊA 8ENO, pesquisador da Unesp de Rio Claro |
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