28.11.10

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               HOMEM, O INVENTOR NATO


  M ilhões de anos atrás, a Terra inteira gelava. Um ser estranho, de J-V-L longos cabelos e olhar agudo, cncolhia-se no vão de uma rocha. Para não morrer de frio, esse homem primitivo tentou muitas soluções: cobriu-se de peles de animais, construiu abrigos. Até que friccionou uma pedra em outra e obteve a faísca do primeiro Fogo. Milénios depois, talvez copiando novamente o exemplo da natureza, inventou a roda que pôs em movimento a civilização.
Jamais o homem cessou de inventar, de criar instrumentos novos para satisfazer a suas crescentes e cada vez roais sutis necessidades. A natureza, enquanto fonte de inventos, parece ser inextinguível. E, das primeiras criações que visavam à sua sobrevivência, o homem se transformou em inventor de máquinas e robots, capazes até de substituí-lo no trabalho.
Mas por que o homem inventa? Sem dúvida, "a necessidade é a mãe das invenções". No entanto, a satisfação de uma necessidade só se torna um invento quando as soluções encontradas refletem a criatividade hu­mana. Caso contrário, tratar-se-á apenas de uma descoberta. Pois o animal também tem necessidades c nem por isso é inventor. Tal privilégio cabe ao homem, que vive para inventar e inventa para viver. Cada vez mais e melhor.
Essa é a ideia do progresso, que traz novas necessidades e, conscqúen-temente, novas invenções. De tal Forma que as invenções modernas de­correm da combinação de elementos já conhecidos mas que, dirigindo-se a novos objetivos, produzem novos resultados.
Além disso, sem clima cultural propício e sólida base técnica, não ha­veria invenção alguma. Os gregos não aplicaram seus muitos inventos, tidos por meros exercícios de inteligência. Leonardo da Vinci assinou numerosos projetos originais, inclusive o do avião, mas eles não se con­cretizaram por falta de condições. Thomas Edison, cm sua época e em seu ambiente,    pôde inventar centenas de aparelhos.
O meio social adverso pode diminuir ou mesmo suprimir a criatividade, sem falar na "ciência oficial" que — em vários lugares e tempos — ergueu obstáculos ao génio inventivo que poderia ameaçar poderes e privilégios.
Raras são as invenções que nascem de uma intuição genial, de um "estalo" na mente do inventor. O processo inventivo não dispensa es­forço, paciência, experimentação e pesquisa.  Hoje,  inventar é profissão.
A história das invenções tem a mesma idade da história humana.
O poder da imaginação criadora acompanha o homem desde seu apareci­mento no mundo. E renasce potencialmente em cada novo ser dado à vida.
   
Arquímedes (281 a.C. — 212 a.C.I. )
     
Calilcu Calilei   (1564 —   l )
Leonardo da Vinci  (1452 — 1519).
     
   
João Gutenberg  (1395 —

TRANSPORTES
As invenções no setor dos transportes deve­ram-se à necessidade de locomoção e desloca­mento de ohjetos. Para não se cansar andando a pé e carregando fardos nas costas, o homem principiou a arrastar atrás de si, primeiro a caça, depois seus objetos, até chegar à ideia do trenó. Para transpor os cursos de agua, a primeira ponte é uma árvore atravessada, caída ao acaso. Para navegar, o primeiro barco é o tronco flutuando rio abaixo.
4 000 a 3 500 a.C. — Jangadas e pirogas já são utilizadas no rio Nilo pelos egípcios; na Mesopo-tàmia existe o trenó. Os primeiros barcos navegam no mar Egeu; surgem as primeiras velas e na Mesopotâmia há notícias da primeira roda empre­gada em carro, na cidade de Ur.
2 700 a.C. — Na China é inventada a bússola.
2 600 a.C. — Na China são construídas as pri­meiras pontes fixas.

2 500   a.C.   —   Na   Suécia   é   usado   o   esqui.
2 300 a.C. — Faz-se no Egito o primeiro ca­nal marítimo liando os mares Mediterrâneo e Vermelho.
2 000 a.C. — Em Susa, a primeira roda en­volta por uma fita de cobre, fixa ao eixo que, porém, é solidário com a roda. "Na Pérsia, roda com raios.
1 000 a.C. — Invenção da âncora para navios.
800 a.C. — Desenvolve-se a carroça. Barcos com velas e remos auxiliares.
700 a.C. — Barcos trirremes (de três ordens de remos) no Mediterrâneo.
100 a.C. — Lâburnas romanas (liteiras trans­portadas por escravos}.
200 d.C. — Navio viking, apropriado para navegação em alto-mar.
500 d.C. — Hunos invadem o Império Ro­mano e difundem o emprego da sela, do estribo e da ferradura de cavalos de montaria e tração: nascem os arreios. Surge a vela latina, triangular, mais fácil para a navegação.
1000 — Novo sistema de arreios fixos nos musculos   peitorais   do   cavalo   impõe-lhe   meow frimento e aumenta seu poder de tração.
1313   —   Primeira   carta   náutica,   obra   á noves Pietro Vesconti.
1400 —  Projetos de carros  "automóveis".
1411 — Em livro conservado na bíbhotta Viena encontra-se desenho do que se tem a os primeiros planos para um teleférico.
Leonardo   da    Vinci    (1452-1519)    invn* hélice como meio de propulsão. Além (U» jetou   uma   série   de   outras   máquinas,   nua construiu algumas em virtude do pouco doei vimento técnico da época.
1595 — Viranzio divulga um carro providi molas.
1599 — Carros a vela inventados pelo fia go Símon Stevin para o Príncipe Maunoa Orange. Desenvolviam 12 km/h transportanda passageiras. Aplica a descoberta da âirecáo carro com as rodas dianteiras.
1685 — Invenção do primeiro triciclo, i alemão Stephan Farffler
1704 — Primeiro landau (carruagem de 4 ro­das).
1707 — Denis Papin constrói um barco a va­por e navega no rio Fulda, na Alemanha. Antes, construíra dois instrumentos de aplicação do prin­cípio da energia a vapor — o "digestor de Papin" e a "marmita de Papin". A descoberta da energia a vapor marca o início do período conhecido por Revolução Industrial.

MÁQUINAS, UTENSÍLIOS, FERRAMENTAS

            
    Troncos escavados com ajuda de fogo e de rudimentares machados   de   sílex.   Assim   eram   as   primeiras
canoas, fjite surgiram na Era Paleolítica.


O homem primitivo aprende a tornar sua mão mais produtiva, mais forte. Assim, para sobreviver, caça e pesca; curte a pele que o cobrirá, usando os primeiros instrumentos rudimentares que construiu: machados e ' raspadores de sílex. Sepulta os mortos, apren­de a fixar cabos nos instrumentos, coze os alimentos, constrói suas primeiras habitações.
50 000 a.C. — Na Europa e na Sibéria apare­cem as primeiras lâminas de pedra; o arco, a funda, o buril para gravar, as conchas e crânios servindo de vasilhame; arpões dentados, agulhas de costura,  lanças,  grampos  de  cabelo.
8 000 a.C. — Os primeiros machados e outros utensílios de pedra polida, picaretas, escalpelos, pontas de flecha, anzóis, redes de pesca, bume­rangues.  O  homem  domestica o  cão.
6 000 a.C. — Data dessa época, aproximada­mente, o primeiro uso do arado.
5 000 a.C. — Utensílios agrícolas; o homem cava, colhe, bate e tritura o grão. A alavanca ê usada  para levantar  grandes  pesos.
3 700 a.C. — Na Pérsia, Kaio-Murath inventa uma roca rudimentar.
3 500 a 3 000 a.C. — Difundem-se instrumen­tos de metal (serras, machados, lâminas, pinças, cravos, escalpelos, cinzéis, facas, brocas, parafusos e pregos) pela Ásia Menor e nas costas do mar Egeu, e entre outros povos mediterrâneos. No Egito, difunde-se a arte de moldar o vidro. Escri­ta, música, instrumentos musicais.
1 200 a 3 000 a.C. — O mais antigo compasso (de existência comprovada através de círculos per­feitos traçados em tabuletas de argila) foi loca­lizado neste período, na Ásia Menor.  No. Egito, os primeiros obeliscos comprovam a existência de boas noções de física c geometria.
3 000 a 2 500 a.C, — A mais antiga verruma de ponta cortante encontrada em Harappa, no vale do Indus. No Egito, os primeiros diques e a roda de irrigação. Na mesma época, aparece a madeira compensada, obtida colando-se até seis pranchas de madeira bem finas. Tecem-se os pri­meiros cestos, os primeiros panos de linho. O boi, domesticado, puxa o arado. Surgem espelhos de bronze, adornos como anéis e pulseiras.
2 700 a.C. — Na China, Tsang-chie inventa o pincel para escrever.
2 600 a.C. — Na China, Lyng-Li inventa o órgão.
2 500 a 2 000 a.C. — Aparecem na Europa os primeiros pentes de osso. No Egito, usam-se o esmalte e o vidro para ornamentação.
2 000 a 1 500 a.C. - No Oriente, para tra­balhos de carpintaria, usa-se a lima.
2 000 a.C. — No Egito se constróem os pri­meiros poços artesianos.
1 500 a.C. — Data deste período o mais antigo calendário conhecido, egípcio. Em Creta são in­ventadas a vela e a chave.
1 500 a 1 000 a.C. - O uso da roldana na Mesopotâmia é documentado por gravações em tabuletas.
1 400 a.C. — A bigorna mais antiga foi des­coberta em  Fresnes-la-Mer,  na  França.
] 100 a.C. — Esquadros, níveis e fios âe pru­mo   encontrados   numa   tumba   em   Tebas,   Egito.
J 000 a 500 a.C. — A primeira chave de bron­ze de que se ouve falar é citada por Homero na "Odisseia".
Séc. VII a.C. — No Egito, usa-se o girabrequim com ponta helicoidal.
500 a.C. — Os primeiros espelhos de prata são fabricados   na  Grécia,   em   Argos  e  Corinto.
450 a.C. — Pela primeira vez s!io usados na Gré­cia o cabrestante, a roldana, a grua e o guindaste.
200 a.C. — Pela primeira vez é utilizado na Grécia,   Egito  e  Ásia  o  sistema   de   engrenagem.
100 a.C. — O chinês inventa o papel. Em Roma, surge a tesoura. A.Parece a torneira. Na Síria,  vasos  e  garrafas de  vidro.
200 d.C. — Moinhos de água, construídos na Gália, às margens do Mosela.
Séc. X — Na Pérsia, difunde-se o moinho de vento.
1041-1049 - O ferreiro chinês Pi-Sheng cons trói  os primeiros tipos móveis de imprensa.
Século XIII Martelos pilão acionados pela força da. água são empregados pela primeira vez nas forjas do Ocidente. Na Holanda, diques e eclusas.



Os povos
pré-helênicos foram
os  primeiros
metalurgistas da
historia.
E destacaram-s também noutros setores,
como a agriculturae a navegação
                                        

A  ferradura,
que surgiu por volta
do  ano  900
de nossa era, veio permitir
que os  animais
de tração
corressem mais,
durante mais tempo
1334-1370 — Instalam-se  os  relógios mecânicosnas principais cidades europeias.
1412 — Na Alemanha, em Augusta, instalam-se as primeiras bombas manuais de elevação de água.
1530 — Johann Jnrgen inventa o pedal para impelir o tear.
1627 — Primeira carga explosiva detonada na mina alemã de Chemnitz, por C.  Weindel.
1643 — Evangelista Torricelli inventa o baró­metro, aparelho destinado a medir a pressão atmos­férica .
1687 — K. Zumbe inventa a mecha para car­gas explosivas.
1696 — Denis Papin inventa um ventilador para arejar as minas.
1733 — O inglês J. Wyatt constrói a primeira fiandeira mecânica. E inaugura, sem o saber, a Re­volução  Industrial.
CIÊNCIAS
A curiosidade c o desejo de dominar a natureza despertam o espírito científico.
5 000 a.C. — Aparecem no Egito as primeiras balanças.
3 100 a.C. — Na índia, os primeiros observa­tórios astronómicos.
3 000 a.C. — A primeira invenção química: o sabão, na Sumária.
2       600 a.C. — Hoang-ti     constrói     observatórioastronómico   para   a   verificação   periódica   do   ca­lendário.
2 300 a.C. — O matemático chinês Hi inventa a esfera armilar.
1 990 a.C. — No Egito, obtenção da cerveja (os germânicos porém a atribuem ao Rei Gambi-no, em  1 730 a.C).
1.500 a.C. — Primeiro calendário egípcio: quadrante solar.
1 400 a.C. — Relógio de água encontrado em Tebas. Formado de um vaso cujo fundo, perfu­rado, permite o lento escoamento da água para fora; no interior, algumas linhas assinalavam o rebaixamento do nível da água e, por consequên­cia, a passagem do tempo.
Séc. III — Arquimedes, sábio grego, estuda as numerosas aplicações da alavanca, aparelho sim­ples por meio do qual era possível elevar objetos pesados, e o parafuso ou rosca sem fim, utilizado para elevação da água.
Arquimedes (287 a.C- — 212 a.C.), um dos maiores sábios da antiguidade, fabricou curiosas máquinas de guerra, para  a defesa  de  Siracusa.
150 a.C. — O primeiro sismógrafo, aparelho para registrar os tremores de terra, é fabricado na  China  pelo  engenheiro  Chão  Ts'so.
1000 d.C. — A câmara escura, posteriormente usada na fotografia, já é conhecida pelo árabe Ibnal-Haitham.
1121 — O cravo mais antigo tem a seguinte inscrição: "Hiermiymus Bononiensis faciebat Ro-mae — MCXXI" (Feito por Jerònimo Bolonhês em Roma em  1121).
1267 — Roger Bacon, inglês de Somerset, realiza numerosas observações astronómicas e ópticas e determina a posição exata do foco de um espelho côncavo. O mesmo Roger - Bacon já fala em lentes de ampliação.
1305  — Ao que parece, os óculos foram inventados por volta deste ano, mas se ignora o nome de seus criadores. Há quem afirme terem sido inventados por Degli Armati, nascido em Floren­ça em 1285, embora os antigos já usassem globos com água para ver melhor.
1324 — O primeiro relógio mecânico funcio­nando com pesos que movimentam o mecanis­mo foi instalado em Beauvais, na França.
Século XV — Difunde-se na Europa o uso do alaúde, instrumento musical de 11 cordas, que lembra um violão. Este instrumento fora importa­do do Oriente pelos cruzados.
1590 — Na Holanda, Zacharias Jansscn cons­trói o primeiro microscópio, em Middelbourg.
1610 - Galileu Galilei constrói em Veneza o primeiro telescópio. Descobriu também as leis do pêndulo, em 1581, e muitas outras, como a lei da  queda  dos  corpos.
1623 — O matemático inglês Edmund Gunter inventa uma escala dita de Gunter ou regra loga­rítmica.
1631 — O francês Jean Rcy constrói um ter­mómetro a água.
1640 — Invenção da baioneta por um desco­nhecido artesão, possivelmente da cidade de Bayonne (donde o nome).    .
1642 — BJaise Pascal constrói a primeira má­quina  de  somar.
1646 — A lanterna mágica, ancestral da lâm­pada de projeção, é experimentada pela primeira vez por um alemão, Athanasius Kircher.
1657 — Baseando-se nas experiências de Galileu, o holandês Christiaan Huyghens consegue cons­truir  o  primeiro  relógio  de  pendido.
1671— Leibnitz constrói uma máquina calcula­dora.
1672—  A  bomba pneumática para  se obter  o
vácuo é inventada pelo alemão Otto von Guericke.
1675 — Primeiro relógio de mola espiral,
1687 — O higrómetro, instrumento que serve para medir a umidade do ar, é construído pelo francês Guillaume  Amontons.
1702 — Da espineta e do cravo nasce o piano, após   numerosos   aperfeiçoamentos.
1710 ou 1730 — O francês Rcaumur inventa um termómetro a álcool, com escala dividida em 80 graus.
1714 — Fahrenheit, físico alemão, constrói um termómetro de mercúrio.
                                                                                                          
1742 — Benjamin Robins estabelece as bases da balística,  inventando o pêndulo balístico.
1745 — O condensador elétrico, hoje empregado em todas as instalações cie rádio, é inventado na mesma época por dois estudiosos de países dife­rentes: o alemão Ewald Gurgen von Kleist e o holandês Pieter Van Mussehenbroek.
Século XVIII — Karl Scheele inventa a tinta de imprensa.
1798   — Aloys  Senefelder inventa a  litografia.
Estamos  na  Revoiução  Industrial.
MEDICINA E CIRURGIA
No Neolítico já se pratica a trepanação no crânio e se curam feridas com banhos e aplicação de ervas.
5 000 a.C. — Circuncisão com bisturi e caute-rizador.
3 000 a.C. — No Egito, arte de embalsamar os corpos.
2 000 a.C. — No Egito, papiros com tratados cie medicina.
1 000 a.C. — Na China já é conhecida uma forma particular de vacinação contra a varíola. Consiste em introduzir na cavidade nasal uma crosta variólica: deve ser colocada na narina direita para homens e esquerda para mulheres. É esta a origem da vacinação antivariólica.
1337 d.C, — O médico chinês Wei Yi Lin es­creve uma obra na qual enumera e descreve ins­trumentos cirúrgicos semelhantes aos usados ainda hoje: bisturis, tesouras, fios de sutura, etc.
1543 — André Vesalio estabelece grandes prin­cípios  da  pesquisa   anatómica.
1557 — O espanhol Francisco Martinez é o pri­meiro a falar em dentadura e falsos dentes que permitem  remediar  os  cientes  extraídos.
1571 — Andrea Cesaipino estabelece hipótese, sobre  circulação  do  sangue.
1744 — O médico francês Louis Petit inventa a ligadura hemostática, denominada garrote, ainda hoje utilizada para estancar hemorragias.
1761 — O médico vienense Leopold Auenbrug-ger, autor do livro "Uma Nova Descoberta", des­creve um método para diagnosticar muitas enfer­midades; a técnica — denominada de percussão to­rácica, porque estuda a sonoridade do tórax quando sofre batidas leves e repetidas — ainda está em uso.

Enc. conhecer
  

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